terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Verbos que derrubam muita gente

Talvez a mais complexa das dez classes gramaticais da língua, verbo é a palavra que exprime e situa temporalmente ações, estados ou mudanças de estado dos seres e fenômenos da natureza.



Tempo, modo, pessoa, número são os instrumentos gramaticais do verbo.


A teoria é entediante, mas pode-se dizer aqui rapidamente que os verbos se classificam de acordo com:
Flexão - regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes;
Função - na frase, auxiliares ou principais;
Significado ou aspecto - aumentativo, diminutivo, frequentativo, incoativo, conclusivo e imitativo;
Formação - primitivos, derivados, simples e compostos, segundo o radical.



Como o estudo do verbo abrange um universo muito amplo, o que mais interessa aqui são exemplos de formas capazes de induzir ao erro na flexão. E considerar que os verbos irregulares são os mais usados.Nestas descrições um tanto aleatórias, fragmentárias, sobre temas verbais, o ponto comum são as dificuldades na conjugação. Não se consideram, portanto, questões referentes a regência e concordância.



Mediar



Siga o caminho para entender os verbos irregulares com final inar.



O redator se esqueceu de que o verbo mediar é um dos irregulares entre os regulares terminados em -iar.
Há 4 verbos irregulares com final -iar: mediar, ansiar, incendiar e odiar.

Para lembrar que entre os verbos em -iar há 4 irregulares, recorde que eles formam as iniciais do mês de maio.



Mediar, Ansiar, Incendiar e Odiar



Ao anunciar debate televisivo, o jornal publicou:"Bonner media o programa".
O redator teria escrito melhor: "Bonner medeia o programa".
Os 4 se conjugam como "ODIAR": odeio, medeio, anseio, incendeio. Ganham um e nas formas rizotônicas (tônica na raiz).

Há uma tendência brasileira à regularização dos verbos e à simplificação geral da língua, o que explica em parte o "media" do texto.

INTERMEDIAR e REMEDIAR são derivados de "mediar" e como ele se conjugam: intermedeio e remedeio.



Mobiliar



É proparoxítono (tônica na antepenúltima sílaba), nas formas rizotônicas: mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobilieis, mobíliem; mobílie, mobílies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobíliem.



Verbos regulares em -iar



São regulares os outros verbos em -iar: adiar, afiar, agenciar, arriar, comerciar, desfiar, diligenciar, premiar, sentenciar etc.: adio, afio, agencio, arrio, comercio, desfio, diligencio, licencio, premio, sentencio

Polir e sortir
A irregularidade de "polir" (lustrar) e "sortir" (prover) traz formas homônimas de "pular" e "surtar" (entrar em surto psicótico) na 1a pessoa do presente do indicativo: Pular - Eu Pulo Polir - Eu Pulo"Eu surto no trânsito"(enlouqueço)x "Eu surto a despensa"(abasteço)

Ver e vir
Confusão frequente entre os dois verbos dá a tônica no cotidiano
Ver e vir confundem-se no futuro do subjuntivo.
O mesmo ocorre com os compostos: Antever, prever, rever etc.; Convir, intervir, revir etc.
A aparente mudança de identidade provoca escorregões formais até de pessoas escolarizadas, muito comuns na fala.



Futuro do subjuntivo
VER e VIR
Se eu vir
Se eu vier
Se tu vires
Se tu vieres
Se ele vir
Se ele vier
Se nós virmos
Se nós viermos
Se vós virdes
Se vós vierdes
Se eles virem
Se eles vierem

Qual é o futuro do subjuntivo adequado?
Há um jeito simples de saber. Tira-se o futuro do subjuntivo do pretérito perfeito do indicativo, 3ª pessoa do plural.Verbo "ver": eles viram; tira-se o sufixo (am) e obtém-se a 1ª pessoa do futuro do subjuntivo: "vir".VIRAM - AM = VIRVerbo "vir": eles vieram; menos a terminação (am) e obtém-se a 1a pessoa do futurR Vo do subjuntivo: "vier"VIERAM - AM = VIER


ERRADO


É preciso tomar cuidado então para não dizer coisas como se pode perceber nos:Se ela me "ver"Quando ela me "ver"

CORRETO


Deve ser "vir", futuro do subjuntivo de "ver": Se ela me "vir"Quando ela me "vir"

Prover


Prover difere do modelo de ver.


Conjuga-se como ver em presente do indicativo (provejo, provês, provê, provemos, provedes, proveem).
Mas se torna regular no pretérito perfeito, de modo que sua 3ª pessoa plural é proveram: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram (-am) = prover.
Em prover, o futuro do subjuntivo e o infinitivo pessoal têm a mesma forma, como todos os verbos regulares: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.

Pôr e querer


Embora "ver" e "vir" sejam os verbos em que há mais dificuldades na conjugação do futuro do subjuntivo, elas ocorrem também em outros verbos irregulares, como "pôr" e "querer".
Quando eu PÔR as mãos naquele sujeito... Ameaçadora, a frase seria mais respeitável se fosse:Quando eu PUSER as mãos naquele sujeitoVale para "pôr" a regra (verbo - AM) de "ver" e "vir": Quando ele(s) puser(am).PUSERAM - AM = PUSER

Querer e requerer


Assim como "pôr", "querer" segue a regra de ver e vir: "Quando eu (/eles) quiser(am)".
Já "requerer" não segue o padrão no futuro do subjuntivo. O perfeito do indicativo, 3ª pessoa do plural é requerer(am); daí, quando eu requerer, requeres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Segue, portanto, o padrão dos verbos regulares, em que o futuro do subjuntivo coincide com o infinitivo flexionado. Como em "amar".
Infinitivo: amar, amares, amar, amarmos, amardes, amarem. Futuro do subjuntivo: quando eu amar, quando tu amares, quando ele/ela amar, quando nós amarmos, quando vós amardes, quando eles/elas amarem.

Sem z


Em textos de pessoas distraídas, aparecem coisas como "puzer" ou "quizeste", formas válidas só até 1943. O dicionário de Moraes e Silva, de 1813, por exemplo, registra: "Puz de parte a tradução que fazia". Coisa dos tempos do Brasil imperial, como se vê. Desde 1943, com a uniformização da grafia, não há mais z em formas assumidas pelos verbos "pôr", "querer" e seus derivados. É sempre s: pus, pôs, puser, pusesse, antepuser; quis, quiser, quisesse, benquiser, desquiseram etc.


Parir, um verbo bizarro



Apesar da estranheza, certas formas de "parir" podem ser usadas à vontade, até a 1ª pessoa do presente do indicativo e as do presente do subjuntivo. "Parir" já foi tratado como defectivo a que faltavam tais formas, mas não há razão para isso: Presente do indicativo - pairo, pares, pare, parimos, paris, parem. Presente do subjuntivo - paira, pairas, paira, pairamos, pairais, pairam.Portanto, se a grávida tiver programado uma cesariana em data a escolher, pode anunciar:"Eu pairo no dia que quiser, de amanhã a uma semana."E o parceiro, compreensivo:"Que ela paira à vontade, porque eu já fiz o que podia."



Parir x Pairar
Não confundir "parir" com "pairar", voar vagarosamente, sustentar-se no ar, entre outras coisas relacionadas. Os dois verbos coincidem apenas na 1ª pessoa do presente do indicativo: pairo, pairas, paira, pairamos, pairais, pairam. Presente do subjuntivo: que eu paire, paires, paire, pairemos, paireis, pairem.

Duplicidade enganosa


Como escolher entre os particípios do mesmo verbo e com que auxiliar
Verbos abundantes são aqueles em que se registra mais de uma forma de igual valor e função. "Haver" tem para a 1ª pessoa do plural do presente do indicativo as formas havemos/hemos e, para a 2ª do plural, haveis/ heis; assim também:
"Construir": constrói/construi;
"Comprazer": comprouve/comprazi;
"Entupir": entupe/entope;
"Ir": vamos/imos;
"Querer":0quer/quere;
"Valer": vale/val.
Várias dessas formas são raras e pouco usadas. De todo modo, o que mais caracteriza os abundantes são os particípios duplos, como "aceso" e "acendido".



ACENDIDO
Regular, mais longo e invariável, em -ado (1ª conj.) ou -ido (2ª e 3ª) no infinitivo: aceitado, acendido, erigido são particípios regulares de seus verbos.



ACESO
Irregular, mais curto, varia em gênero e número e tem natureza adjetiva. Daí aceito, aceso e ereto, correspondentes às formas regulares.
O problema é que, dada a duplicidade de formas, costuma haver dúvidas em relação a qual delas usar e em que circunstância.
Quando incendiaram um índio em Brasília, o jornal publicou:"O índio morreu porque os rapazes tinham aceso o fogo." O redator se enganou; deveria ter usado a forma regular: "tinham acendido" A dificuldade de ordem prática que às vezes surge é: que verbo auxiliar usar com que particípio?
Usa-se o particípio regular para formar tempos compostos com os auxiliares ter e haver (voz ativa): Tinham acendido, haviam matado, têm gastado, haviam prendido.
O particípio irregular, formado do latim ou de nome tornado verbo, vem com ser e estar (passiva):O fogo foi aceso; o índio estava morto; eles foram presos e, depois, soltos.
Não é definitiva a regra de que a forma regular é usada só com os auxiliares ter e haver, e a irregular, com ser e estar, pois há oscilação no uso dos particípios duplos.

Duplicatas


Estas são as principais formas duplas e triplas (raras) de particípio.


Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
Aceitar aceitado aceito, aceite
Acender acendido aceso
Anexar anexado anexo
Assentar assentado assento, assente
Benzer benzido bento
Corrigir corrigido correto
Dispersar dispersado disperso
Distinguir distinguido distinto
Eleger elegido eleito
Emergir emergido emerso
Encher enchido cheio
Entregar entregado entregue
Envolver envolvido envolto
Enxugar enxugado enxuto
Erigir erigido ereto
Expressar expressado expresso
Exprimir exprimido expresso
Expulsar expulsado expulso
Extinguir extinguido extinto
Findar findado findo
Fixar fixado fixo
Fritar fritado frito
Ganhar ganhado ganho
Gastar gastado gasto

O caso de "adequar"


A maioria dos gramáticos e dicionaristas considera "adequar" como defectivo
Defectivos são verbos que não se conjugam em todos os modos, tempos e pessoas.
Sendo defectivo, não se conjugam as formas de "adequar" em que a vogal tônica é u.
É o que ocorre em quase todo o presente do indicativo (a) e, portanto, nos tempos e pessoas derivados: o presente do subjuntivo (b) e o imperativo negativo (c), além da 3ª pessoa do singular, da 1ª e da 3ª do plural do imperativo afirmativo.
a) Presente do indicativo: adequamos, adequais.
b) Presente do subjuntivo: adequemos, adequeis. Imperativo: adequemos, adequai.
c) Imperativo negativo: não adequemos, não adequeis.


Busque alternativas


Troque formas inexistentes pelas de verbos "próximos": acomodar, adaptar, amoldar e ajustar. Eu me acomodo, me adapto, etc.
Nem todos concordam em que "adequar" seja "defeituoso". O Houaiss traz conjugação completa, no presente do indicativo: adéquo, adéquas, adéqua, adequamos...

O acento diferencial


1 Morto é particípio de morrer, ao lado de morrido, e também de matar, ao lado de matado:Ele havia matado um homem e depois morrido. Foi morto. Estava morto e ressuscitou.
2 Expresso é particípio de "expressar" (expressado) e do sinônimo "exprimir" (exprimido):Ele havia se expressado mal. A ordem não foi expressa com clareza. Não tinha exprimido sua opinião.
3 Rompido é também usado com o auxiliar "ser": Foram rompidos os contratos. Também de "romper", roto se usa mais como adjetivo: O Arrudão deu desculpas rotas para a bufunfa.
4 Muitos particípios irregulares agem como adjetivos após o substantivo:Amigo correto, carne frita, garota distinta (= distinguida), governante isento, boate cheia (= enchida), campo seco.
5 Pegar é usado só na forma regular: pegado, embora pego apareça informalmente como particípio irregular de pegar e seja registrado por Aurélio e Houaiss:Eu havia pegado o caso.
6 Muitos usam "chego" como particípio (Eu havia "chego" cedo). O único particípio de chegar é chegado. Chego é 1ª pessoa do presente do indicativo de chegar. Eu chego cedo.
7 As irregulares ganho, gasto e pago são mais usadas do que as regulares ganhado, gastado e pagado (em desuso) com auxiliares.Luís havia ganhado.Luís havia ganho.




Artigo retirado da revista língua

domingo, 26 de junho de 2011

Revista Língua Portuguesa

No UOL um link onde você vai encontrar a revista Língua Portuguesa.
Visitem e repassem o link para os amigos.
http://revistalingua.uol.com.br/revista_ant.asp
Este link vai para as edições anteriores.

Vários jogos para falar nossa língua corretamente

O que falta no texto abaixo ? Genial !!!!

NÃO OLHE A RESPOSTA. VEJA SE VOCÊ DESCOBRE O QUE ESTÁ FALTANDO NO TEXTO....


A resposta está no final.

Sem nenhum tropeço, posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo permitindo, mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível.
Pode-se dizer tudo, com sentido completo, como se isto fosse mero ovo de Colombo. Desde que se tente sem se pôr inibido, pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno ehonroso reconhecimento.
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo, esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", ou o que quiser escolher.
Podemos, em estilo corrente, repetir sempre um som ou mesmo escrever sem verbos. Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir.
Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos.
Deploro sempre ver moços deste século, inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê? Cultivemos nosso polifônico e fecundoverbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores. Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores.
Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

Descobriu?


No texto não tem letra "A"

Teias de aranha nas árvores

Enchentes no Paquistão provocam espetáculo de teias de aranha em árvores
Com alta das águas, milhões de aranhas se abrigaram em locais mais altos; fenômeno teve efeito positivo, com redução de mosquitos da malária.



http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/04/enchentes-no-paquistao-provocam-espetaculo-de-teias-de-aranha-em-arvores.html
Acima o link para matéria no G1 - portal de notícias de O Globo.















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O link para o site da professora Katia de Ciências já foi colocado na coluna superior da parte direita de nosso blog ( Minha lista de Blogs). Visitem !
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